terça-feira, 10 de maio de 2011

Flor de cravo

Eu cheguei a me perguntar se tu tinhas alguma espécie de venda nos olhos, que impedia que visses a linda flor de cravo que se encontrava ali, disposta, na frente dos olhos teus.
Eu juro, cheguei a me perguntar, sem ao menos te conhecer a fundo, sem ao menos saber teu segundo nome, e-mail, telefone - essas coisas.-
Tu que, ao meu ver, não chegas nem a ser o solo perfeito para receber as raízes desta flor tão delicada. Tu que, ao meu ver, não tem a sutileza, nem a disponibilidade, de ver as cores vivas e únicas desta flor de cravo –ou talvez até tenha, mas por um motivo maior, prefira não as enxergar agora.-
Eu sou como um terceiro olho nessa história, sou, apenas, um terceiro coração não envolvido, e tenho a vantagem, ou desvantagem, de ter uma visão de fora, uma visão mais ampla.
Se, um dia, quando o inverno passar, e essa grandiosa e delicada flor não estiver mais coberta pelos pingos d’água, e o sol surgir forte e luminoso no céu, tu fores capaz de perceber o quanto ela é bela, o quanto as linhas e cores, e sabores são de uma sutileza sem tamanho, por favor, tome-a, como se não houvesse nenhuma outra flor no mundo.

 "Flores, meu caro, existem muitas... mas poucas, tem perfumes doces e agradáveis, poucas tem cores tão felizes e suaves."

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