terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ó,flor de espinhos mínimos,
teus espinhos,por serem mínimos,não deixam de machucar.
Ó,pequena flor de espinhos mínimos,
eu fui apenas o chão no qual penetraram tuas raízes
e quando partiste,esqueceste de levá-las contigo.
Cuidado,ó flor,para não deixar mais tuas raizes em solos serenos e calmos
para não deixá-los estragados e impossibilitados de serem enraizados por novas flores.
Ó,pequena e encantadora flor de espinhos mínimos,será que eu,assim como outros,tenho também uma canção para que recordes dos tempos anteriores? Uma canção como as que lembram teus antigos amores?
Teu coração sempre parado e tranqüilo,nunca reagiu aos meus carinhos.
 o problema é com o solo que já está desgastado ou com a flor e seus mínimos espinhos?
Ó,pequena e encantadora flor que um dia foi minha...
o meu solo não é tão rico,não tem as qualidades que tu mereces para poder crescer rapidamente,mas devagar tudo se encaixa,não achas?
Ele não é dos mais adequados,eu sei,até está um pouco rachado e seco
mas se a chuva ajudar isso pode melhorar.
Linda flor de espinhos mínimos,se quiseres  voltar um dia
as tuas raízes ainda vão estar aqui
e meu solo,sempre solitário e impossibilitado de receber novas flores,
há de esperar,pacientemente,por ti.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Lá em cima das nuvens,um menininho acena pra mim
e eu o observo intrigada
o menininho esbanja felicidade
e eu só sinto melancolia e mais nada.
Ele brinca com as nuvens
enquanto toca a música melodramática
e a tristeza em mim persiste,a dor se espalha.
Eu fico encantadamente melancólica
e não desejo que ele desapareça.
A dor que sinto ao ver aquele alegre menino,é totalmente suportável.
Os meus olhos,fanáticos e incansáveis,não deixam de o observar por nenhum momento
E eu tenho pra mim que já o vi em algum outro lugar.
Talvez nos meus sonhos?
Meu Deus! Talvez não seja um menino...
Será uma menininha? Uma flor pequenina?
Eu busco dentro de mim aquela criatura tão feliz que observo no céu
que flutua nas nuvens
eu busco em cada parte da minha mente
procuro incansavelmente.
Por Deus!
Aquela criaturinha sou eu?  
Explosão de sentimentos
que corroem por dentro
que não me deixam em paz
incontroláveis sentimentos
que me tomam por dentro e me fazem querer mais

mais e mais
sempre quero  mais
incontroláveis sentimentos
que me tomam por dentro
eu quero paz

não da pra explicar
e nem pra medir
impulsivo,contraditório
impossível definir
alguém,alguém me tire daqui

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Flor

Flor,ainda posso te ver flutuante em meu pensamento,
teus pés descalços,teu vestido ao vento.
Flor,acho que meus olhos  apaixonaram-se por ti naquele exato momento,
sem querer envolveram-se na tua dança
pobres olhos cheios de esperança.

ainda lembro-me de teus cabelos pairando no ar
e ali eu olhava encantada e perdida no cruzar dos teus pés
analisando minuciosamente cada detalhe
das tuas pulseiras aos teus anéis

desde então,meus olhos fanáticos jamais desejaram tanto outra mulher
desde então,nenhum outro perfume de flor me agradou.
só tu,tu que és diferente de todas as outras flores do mundo
tu,a flor libertária,a flor complexa...a flor que eu amo.


Descobri tão cedo o mistério mais complexo da vida
senti em meu pobre peito um grande sentimento tornar-se ferida
desde então o que antes era um arco-íris passou a ser névoa,chuva...solidão
uma grande tempestade de dor perfura calmamente o meu coração.
Culpa eu não tive,foi apenas o meu tom desafinado que não combinou com o teu
foi apenas o meu ser desajeitado que no fim endoideceu
eu já não sabia se eu era eu
eu já não sabia se estava sofrendo mutações para adaptar-me as tuas cores.
Descobri tão cedo o mistério...
descobri tão cedo a dor...
descobri tanto de mim com esse estranho amor.
Agora,aproveito o tempo para organizar a bagunça que ficou
já limpei e coloquei formol nas boas memórias,já desinfetei as marcas e as coisas sujas dessa nossa história,já fui em busca de mim...já me encontrei,agora,só falta o mais difícil...reanimar meu coração e me perdoar pelo quanto errei.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Envergonho-me por todos vocês,bando de hipócritas.
Quantas faces vocês tem?
Quanto vocês fazem por status?
Sinto vergonha e nojo por ter nas veias o mesmo sangue,por pertencer a mesma raça.
HIPÓCRITAS,digo e repito,e grito,deixo a fúria tomar conta de mim.
Olho pra vocês com repulsa,com pena.
Todo esse dinheiro não vale nada pra mim,NADA.
Vocês humilham,vocês recriminam,vocês esnobam por achar que são maiores,pelo dinheiro que carregam no bolso.
Vocês esqueceram de suas origens? Esqueceram de onde vieram?
Anos atrás todos vocês foram pobres.
E se fossem vocês naquele bar pedindo dinheiro para a passagem?
E se o olhar de total insignificância e desprezo tivesse sido pra vocês?
E se VOCÊS fossem os humilhados?
Vocês falam tanto em caridade,meus senhores e senhoras
Falam tanto em humildade,meus queridos senhores e senhoras,
mas cadê? Cadê a humildade e a caridade vindas de vocês?
Todos tem tanto conforto,vocês que não sabem o que é o inferno das ruas pq mal andam por elas. Vocês que tem toda comodidade falam em caridade só pra aparecer.
Gastam mil,dois mil em uma mesa na qual nem sentam-se para comer.
Carrego a vergonha de pertencer a essa tua raça.
Carrego a vergonha de pertencer a essa família.
Já foram no salão?
já fizeram as unhas?
já colocaram a melhor roupa?
Vossas cascas são tão belas,meus senhores  e senhoras.
Agora sentem-se na mesa e falem das caridades que vocês fizeram.
Olho para vocês,sangue do meu sangue,e sinto vergonha de possuir o mesmo sobrenome.
Vocês tornaram-se cegos,esqueceram de onde vieram.
Sem mais,sinto por criaturas como vocês,desprezo total.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011




Do que você tem medo,meu bem?

Rabiscos na parede,na mesa branca,
na bolsa,na blusa,na louça.
Desenho em tudo o que for sem cor,
desenho em tudo que estiver sem graça,
desenho no meu quarto inteiro,só não desenho no resto da casa,
meu acesso é restrito,
minha criatividade não é bem vinda nas paredes da sala,
por isso,sinto-me bem no meu quarto,
ele tem exatamente a minha cara.
O meu quarto sou eu,as quatro paredes sou eu,
as fotos sou eu,os patins,as telas,as cores,os livros,as flores,as bolsas,as roupas sujas,as roupas limpas,o computador,as músicas,os recortes de papel,sou eu sou eu sou eu.
No meu quarto é onde tudo flui,
é onde eu materializo minhas idéias.
No meu quarto eu sou livre,
no meu quarto a minha criatividade é livre.
Uma noite dessas eu sonhei que o mundo era igual ao meu quarto. Foi louco,porém mágico.