quinta-feira, 19 de maio de 2011

Nada

Parem de me olhar, paredes insanas,
deixem-me em paz.
Permaneço aqui, pois não há outro lugar para ir,
não tenho acesso a nenhum lugar aberto.
Estou sentada há três horas,
e não aguento mais ouvir tuas risadas.
Vós debochais de mim.
Estou sufocada.
Sinto-me mal...
Sinto-me só.
Não quero alugar mais ouvidos,
não quero mais partilhar minhas lamúrias.
Eu fico olhando, mas a luz não acende.
Eu fico esperando, mas nenhuma vibração ocorre.
Fui ignorada.
Fui esquecida.
Tratam-me como se eu fosse nada,
mas o 'nada' ainda é algo, o nada é nada,
eu sou mais que nada, ou pior que nada.
Vácuo.
Sinto-me só...
Sinto-me, e não é agradável sentir-me.


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