sábado, 7 de maio de 2011

Não te cansas, mar?
São tão repetitivos os teus movimentos.
Já pensaste em, uma única vez, ultrapassar os teus limites? Por uma única e breve vez, ir além da areia molhada, além da areia pisada.
Ora! Não me perguntes o pq de tal questionamento, apenas responda-me, se for possível.
É, eu entendo, meu nobre amigo.
Isso também acontece comigo.
Ultrapassar, ir além, nem sempre faz bem para quem está por perto.
Seguir adiante, sem calcular, pode devastar corações, imensidões, paisagens, populações.
Mar, mas as vezes a gente ultrapassa sem pensar, a gente esquece e deixa a fúria se manifestar.
É, eu entendo.
Mas quem nos compreende, amigo?
Julgam nossa fúria, nossa agitação.
Simplesmente não entendem nossa manifestação.
Sim, meu nobre amigo, eu sei que não há maldade em nós, mas quem - diga-me quem - vai pensar nos motivos pelos quais nos revoltamos?
É triste, amigo.

" É difícil controlar-se, minha pálida estrela. É difícil até para o mar."

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