quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Sentimento
(não) cabe na palavra
(não) cabe no verso
(não) cabe no pensamento
Sentimento
o que tem por fora
dos olhos tristes
dos olhos felizes
o reflexo do que há por dentro
Sentimento
as marcas de fora
nas mãos surradas
nas faces sofridas
Sentimento
o que se tem em comum
o que não se tem em comum
até mesmo a falta de sentimento
Sentimento
mesmo na ausência, se faz presente.
domingo, 22 de janeiro de 2012
Não posso queixar-me das consequências, o meu pescoço ainda sustenta uma caixa onde está situada a minha consciência.
Eu grito, para mim, esta queixa.
Um ato, por mais que julgues ser do tamanho de um único grão de poeira, é sempre um ato; e se esse minúsculo grão entrar no olho, vai incomodar e fazer um estrago medonho.
Um mau ato não se mede, é como uma dor, e não existe dor maior ou menor, tudo é dor.
Um mau ato é um mau ato, e fim.
sábado, 21 de janeiro de 2012
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Memória
Eu estou sentindo demais, lembrando demais.
Aqui dentro está parecendo a Avenida Epitácio Pessoa em horário de congestionamento.
Mais tarde eu volto a trafegar direito.
Aqui dentro está parecendo a Avenida Epitácio Pessoa em horário de congestionamento.
Mais tarde eu volto a trafegar direito.
domingo, 1 de janeiro de 2012
22:10 01/01/2012
Eu voltei a enxergar com meus próprios olhos. Devolveram-me, ao menos, o sentido da visão.
Não sei se prefiro a cegueira, através da qual acreditava piamente num possível estado de mudança comportamental humano, ou a clareza com que vejo, agora, as imagens particularmente (i)reais - imagens estas que julgo e, ao julgar, torno-me descrente de tudo; e quando digo ‘tudo’, é tudo mesmo.
Mas ainda me restam dúvidas: Enxergo, mesmo, com meus olhos? Quem garante que são meus? E é claro, realmente, isto que vejo e julgo?
Até que ponto eu sou eu, e não uma mistura condensada de outros Eus?
Por ser uma junção de ideias, de seres mistos, posso assim considerar-me único?
Meu eu não existe.
Eu não sou eu, sou todo mundo; e por ser todo mundo, não sou ninguém.
Não sei se prefiro a cegueira, através da qual acreditava piamente num possível estado de mudança comportamental humano, ou a clareza com que vejo, agora, as imagens particularmente (i)reais - imagens estas que julgo e, ao julgar, torno-me descrente de tudo; e quando digo ‘tudo’, é tudo mesmo.
Mas ainda me restam dúvidas: Enxergo, mesmo, com meus olhos? Quem garante que são meus? E é claro, realmente, isto que vejo e julgo?
Até que ponto eu sou eu, e não uma mistura condensada de outros Eus?
Por ser uma junção de ideias, de seres mistos, posso assim considerar-me único?
Meu eu não existe.
Eu não sou eu, sou todo mundo; e por ser todo mundo, não sou ninguém.
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