quarta-feira, 21 de dezembro de 2011


É superior porque amo, mas não possuo.
Porque não sujo mais o corpo com meus beijos,
Nem marco a pele com minhas mãos frias, suadas.
Não vai doer porque eu nunca mais  terei calorosamente,
Carnalmente, junto à meu externo;
Porque não haverá a contaminação física,
Então não poderei chorar a perda
Do amor que é interno.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

DOMINGO


Escrevo com a sombra da caneta.
A sombra da mão que julgo ser minha,
conduz a sombra da caneta que julgo conduzir.

Tudo é sombra.

Nada é real quando nada sinto?
Tudo é real quando sinto, não sinto,
Vivo, não vivo, falo a verdade e minto.

Repito: tudo é sombra.

Vejo a silhueta que julgo ser minha, no chão.
Fito-me fitando-me.
Tudo é sombra.
O domingo me é assim: dolor. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

'Quod me nutrit, me destruit.'
'Aquilo que me nutre, me destrói.'

 Daria no mesmo citar uma das duas frases - ambas com o mesmo significado - para me poupar de um discurso explicativo longo, sobre o que sou ou o que sinto, mas, como já moro em mim faz algum tempo, e, por consequência, um pouco me conheço, sei que não ficaria satisfeita com vinte e duas letras (ou vinte e cinco), duas aspas, uma vírgula e um ponto final.
 A verdade é que não gosto de açaí na tigela - nem fora dela. Não gosto de açaí de jeito nenhum.
 A verdade é que me falam: 'Come, é saudável e vai te fazer bem'; então eu insisto, e eu empurro, ponho a máscara de 'Delícia!'; monto um personagem de 'Nunca comi coisa igual.'
 Por que eu forço? Porque gostar de açaí faz bem, porque degluto muitos alimentos prejudiciais à saúde, porque penso que 'água mole em pedra dura, tanto bate até que fura'.
 Essa insistência - apesar do valor nutricional que o alimento possui - não me está causando sensações agradáveis.
 Pode ser bom, pode ser o certo, mas meu organismo rejeita.
 Não entendo o funcionamento do meu intestino emocional, porém, se ele só sustenta o caos, que assim seja.   Vai que, um dia, o clichê que mamãe sempre usa: 'tudo demais, é veneno' torne-se um fato, e eu enjoe - assim como acontece quando como uma panela de brigadeiro sem beber água - das substâncias caóticas que, por hora, me nutrem.
 Se ocorrer, que seja naturalmente, sem ter que comer mais que o necessário só para forçar uma repulsa, uma indigestão.
 A partir de hoje, não insisto em comer açaí ou qualquer outra substância insustentável.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011


Então: diga-me quando hão de sair estas marcas internas e externas que deixaste em mim. Diga-me quando olharei minhas mãos, e as reconhecerei como minhas. Diga-me quando fitarei meus olhos, e não verei a sombra dos teus.
Pouco compreendo sobre a arte de amar, só tenho a certeza de que dói. E como dói. É algo capaz de perfurar o seu estômago e te entorpecer lentamente. Algo capaz de eliminar qualquer pensamento positivo ou vontade de viver.
Que hei de fazer? Diga-me: que hei de fazer diante de algo que me frustra, que desfigura todas as minhas teorias lógicas? 
E de que adianta sofrer a longo prazo? É perda de tempo, sem mais. Lembre-se que enquanto estás, por ai, aos prantos, o outro alguém, no qual concentra os seus pensamentos, está apenas vivendo sua vida, como se nada tivesse acontecido. Ele não a ama, não mais. Mesmo que algumas vezes te diga isso, é apenas por pena, nunca terá a mesma intensidade do passado. Não permaneça nesse mundo ilusório onde apenas pequenas mentes resolvem se privar.
Ah! Sei o que não devo, sei o que devo fazer, mas como apagarei, diga-me, os traços que ele deixou na minha alma? Olho-me internamente, e assim como meu exterior, não enxergo, o que deveria ser eu, nitidamente. Há digitais dele em tudo o que sou.
Força de vontade, o que seria do homem sem isso? E ainda existem pessoas que não acreditam na capacidade de destruição que o psicológico pode ter. Pois bem, tente, lute, afaste-se do problema. Crie novos vínculos, saia, divirta-se. Viva a sua vida, uma hora vai passar.


                                                                                             
                                                                                                 Por Letícia Keyla e Stephanie Soares.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Apenas isto


Não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo não consigo.
É bem isto. Sem vírgulas, parágrafos ou pontos finais, apenas isto: não consigo.