quinta-feira, 2 de junho de 2011

Pensar, sentir

Por Deus!
Não vamos chegar a conclusão nenhuma, coração.
Não percebes que o melhor é deixar partir?
Só eu sei das dores que sentes,
Só eu posso ver a tua flacidez,
Tuas estrias.
Tu lembras, coração, como
Tais lesões originaram-se?
Não, tu não lembras, pois
esta é minha função.
Tu só sentes, coração.
Por isso digo-lhe, afirmo-lhe
que o melhor é partir.
Deixa que eu cuido dos quadros
que ela pintou, das marcas que ela deixou
em nós.
Eu sou a encarregada de arquivar
todos os acontecimentos,
todos os alegres e tristes momentos,
e se quiseres, posso arquivar só os mais belos.
A única coisa que preciso, é do seu consentimento.
O que achas, coração?
Aceitas minha proposta?
Diabos, coração!!!
Não te cansas?
Quanta teimosia!
Não pensas?...

"Como hei de pensar, se esta não é minha função?
Não existe, e nunca existirá, um consenso entre nós, ó mente aparentemente lúcida.
Não preciso de ti agora.
Não quero, nesse instante, a tua lucidez.
Acalma-te, deixe-me sentir mais uma vez."





 

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