'Quod me nutrit, me destruit.'
'Aquilo que me nutre, me destrói.'
Daria no mesmo citar uma das duas frases - ambas com o mesmo significado - para me poupar de um discurso explicativo longo, sobre o que sou ou o que sinto, mas, como já moro em mim faz algum tempo, e, por consequência, um pouco me conheço, sei que não ficaria satisfeita com vinte e duas letras (ou vinte e cinco), duas aspas, uma vírgula e um ponto final.
A verdade é que não gosto de açaí na tigela - nem fora dela. Não gosto de açaí de jeito nenhum.
A verdade é que me falam: 'Come, é saudável e vai te fazer bem'; então eu insisto, e eu empurro, ponho a máscara de 'Delícia!'; monto um personagem de 'Nunca comi coisa igual.'
Por que eu forço? Porque gostar de açaí faz bem, porque degluto muitos alimentos prejudiciais à saúde, porque penso que 'água mole em pedra dura, tanto bate até que fura'.
Essa insistência - apesar do valor nutricional que o alimento possui - não me está causando sensações agradáveis.
Pode ser bom, pode ser o certo, mas meu organismo rejeita.
Não entendo o funcionamento do meu intestino emocional, porém, se ele só sustenta o caos, que assim seja. Vai que, um dia, o clichê que mamãe sempre usa: 'tudo demais, é veneno' torne-se um fato, e eu enjoe - assim como acontece quando como uma panela de brigadeiro sem beber água - das substâncias caóticas que, por hora, me nutrem.
Se ocorrer, que seja naturalmente, sem ter que comer mais que o necessário só para forçar uma repulsa, uma indigestão.
A partir de hoje, não insisto em comer açaí ou qualquer outra substância insustentável.
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