domingo, 1 de janeiro de 2012

22:10 01/01/2012


Eu voltei a enxergar com meus próprios olhos. Devolveram-me, ao menos, o sentido da visão.
 Não sei se prefiro a cegueira, através da qual acreditava piamente num possível estado de mudança comportamental humano, ou a clareza com que vejo, agora, as imagens particularmente (i)reais - imagens estas que julgo e, ao julgar, torno-me descrente de tudo; e quando digo ‘tudo’, é tudo mesmo.
Mas ainda me restam dúvidas: Enxergo, mesmo, com meus olhos? Quem garante que são meus? E é claro, realmente, isto que vejo e julgo?
Até que ponto eu sou eu, e não uma mistura condensada de outros Eus?
Por ser uma junção de ideias, de seres mistos, posso assim considerar-me único?
Meu eu não existe.
Eu não sou eu, sou todo mundo; e por ser todo mundo, não sou ninguém.

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