quinta-feira, 3 de março de 2011

Formigas

Deito-me aqui...aqui mesmo no chão duro e gélido,mas quanto ao frio do chão,meu corpo inquieto e quente faz o favor de aquecê-lo,então...deito-me,e como que para disfarçar o desconforto do chão,forro um pano fino e negro,e só então,deito-me de verdade.
Observo as formigas grandes,médias,pequenas,pretas,amarelas,vermelhas...
Elas chegam perto como se eu fosse algum tipo de doce,algum alimento gigantesco.
Qual será o número necessário de formigas para me mover?
Para as formigas,sou enorme,mas não sou nada...nem como alimento elas me querem. Elas apenas chegam perto,conferem o produto e depois partem.
Para elas,eu não passo de uma figura,uma massa qualquer ocupando o espaço.
As formigas são admiráveis...
As formigas estão certas,não passamos de um complemento de paisagem.
Que sentido teria um chão frio,um pano negro colocado sobre ele,livros,canetas sobre o pano,sem um complemento?
Que utilidade teriam tais coisas?
Elas complementam o espaço que ocupam,mas falta algo para complementá-las também.
As formigas estão certas...
As formigas estão certíssimas.
Admiro-as,criaturinhas pequeninas...
Tão minúsculas e tão inteligentes,capazes de tal raciocínio que nem eu,criatura de quase 1,70 metros de altura,fui capaz de ter.
Tenho por vós,ó criaturinhas milimétricas,uma admiração incomum.

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